Conhecendo a Cristo II

Luciano P. Subirá - Extraído do site Alto Caminho | Continuação do artigo "Conhecendo a Cristo". Leia o começo aqui.

Sem uma revelação acerca de Jesus alguém pode crescer dentro de uma igreja, receber toda uma formação religiosa e até saber tudo acerca de Jesus, e mesmo assim, nunca ser transformado.

TRANSFORMAÇÃO POR UM “NOVO” CONHECIMENTO

Porém, quando esta pessoa consegue sair da dimensão de mero conhecimento intelectual e entrar numa dimensão de revelação, sua vida será drasticamente mudada. Penso que esta é uma das maiores necessidades da igreja de nossos dias.

Tiago, o irmão do Senhor (Gl 1.19) é um exemplo disto. Tanto ele como seus irmãos, não criam em Jesus. Até o momento da morte de Jesus eles sustentaram esta posição, pois não os vemos mencionados nos Evangelhos como estando por lá. E ainda reforça esta idéia o fato de que Maria estava sozinha, razão pela qual Jesus confiou o cuidado dela a João (Jo 19.26).

Só que algo aconteceu depois da morte e ressurreição de Jesus. Não temos um relato detalhado, só a menção do que houve. Mas sabemos que algo aconteceu, e que isto mudou para sempre a vida de Tiago:

“Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos”. (1 Coríntios 15.7)

E aquele Tiago cínico que provocava Jesus, que quis prende-lo, que não cria nele, mudou completamente. Não mudou pelo conhecimento segundo a carne de toda uma vida fisicamente próximo de Jesus, mas quando provou uma revelação do Cristo ressurreto, tudo mudou! Acredito que esta revelação foi o marco desta mudança, pois ele já passou a ser mencionado entre os que estavam reunidos no Cenáculo (At 1.14) por ocasião do Pentecostes. E Tiago se tornou uma das colunas da Igreja em Jerusalém, mencionado antes mesmo de Pedro e João:

“E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão”. (Gálatas 2.9)

Por ocasião do Concílio de Jerusalém, vemos todos falando sobre o motivo da controvérsia da circuncisão ser aplicada ou não aos gentios. Pedro fala, até Paulo se levanta com Barnabé e também falam, mas é quando Tiago se levanta e fala que o assunto se dá por encerrado e concluído. Que diferença entre o irmão de Jesus visto nos Evangelhos e este grande líder que ele veio a ser!

Ele ganhou muito respeito e admiração não por ter sido irmão do Senhor, mas certamente pela vida que vivia em Deus. Pela linguagem adotada em sua epístola, percebemos que Tiago era um homem de liderança forte e que não poupava confrontos. O motivo pelo qual Pedro foi repreendido por Paulo em Antioquia foi mudar de comportamento quando chegaram alguns da parte de Tiago:

“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois, que chegaram, se foi se retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão”. (Gálatas 2.11 e 12)

Porque Pedro temeria os da parte de Tiago? Certamente pela sua liderança e influência que veio a ter entre os crentes de Jerusalém, Pedro preferia evitar confrontos com ele. Isto tudo indica o homem de Deus que Tiago passou a ser depois de ter recebido sua revelação do Cristo ressurreto.

TRANSFORMAÇÃO ESTAGNADA

Diferentemente do primeiro grupo mencionado, que nunca teve uma transformação, há muitos dentro das igrejas que tiveram uma experiência inicial de transformação. Contudo, de alguma forma, com o passar do tempo, estagnaram na fé e na experiência e não percebem mais diferença alguma em suas vidas. O que os impediu de continuarem provando a transformação?

Certamente não foi por não conhece-la, pois estas pessoas são justamente aquelas que se encontram insatisfeitas, desejosas de mudança, uma vez que já provaram-na um dia. E é preciso ressaltar que, sob circunstância alguma podemos admitir a ausência do processo de transformação, uma vez que “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). Ninguém é transformado instantaneamente. Algumas áreas de nossa vida podem ser impactadas e mudadas mais rapidamente, porém não será assim em todas as áreas. Se o processo de transformação estagnou, é porque a revelação de Cristo em nossa vida também estagnou.

Precisamos retomar a busca pelo conhecimento revelado em nossas vidas, pois somente assim avançaremos no processo de transformação. A palavra grega traduzida por revelação, do grego “appocalipse”, significa: “remover o véu”. Indica a remoção de um empecilho à visão que, em nosso caso, é a dificuldade de entender as coisas espirituais.

“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1 Coríntios 2.14)

Somente pela ação do Espírito Santo em nossas vidas podemos penetrar esta dimensão de entendimento. Foi o que aconteceu conosco quando nos convertemos ao Senhor Jesus:

“Mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu”. (2 Coríntios 3.14-16)

Só que, com o passar do tempo, muitos de nós nos inclinamos a uma busca de entendimento meramente intelectual (segundo a carne), e isto nos rouba o processo de transformação, que não se dá só por aquisição de informação, mas pelo impacto do Espírito Santo em nosso íntimo. Não podemos parar. Não podemos estagnar na revelação de Cristo!

CONHECIMENTO PROGRESSIVO

A Bíblia nos exorta em avançar no pleno conhecimento de Deus:

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor…” (Oséias 6.3)

Conhecer a Deus é um ato progressivo e contínuo. Veja o que Paulo declarou depois de anos de comunhão e intimidade com Cristo:

“Sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, para que possa ganhar a Cristo… para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte, para ver se de alguma forma consigo chegar à ressurreição dentre os mortos. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui alcançado por Cristo Jesus”. (Filipenses 3.8,10-12)

Se pararmos de avançar, não alcançaremos o propósito de Deus para nossa existência. Devemos crescer até a plenitude do conhecimento de Cristo:

“Para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus – Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”. (Colossenses 2.2,3)

Que o Pai Celeste nos ajude a prosseguir na revelação de seu Filho Jesus!

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