Intimidade

Por Asher Intrater, postado na Revista Impacto

{ Nesse domingo de Páscoa, mais do que mesa farta ou chocolates, vamos refletir em algo mais importante: Jesus se tornou vulnerável a fim de abrir o caminho para termos intimidade com o Pai. }

A coisa mais preciosa na vida é intimidade.  Intimidade deve ser prioritariamente entre nós e Deus e, apenas em segundo lugar, entre nós e outras pessoas. É a pérola de grande valor; para adquiri-la, vendemos tudo o que temos. Intimidade vem de um relacionamento pessoal com Deus, por meio da fé em Yeshua (Jesus) o Messias.

Abraão tornou-se amigo de Deus (Isaías 41.8; Tiago 2.23). Moisés falava com Deus face a face (Deuteronômio 34.10). Asafe disse que kirvah (palavra hebraica que significa proximidade) a Deus valia mais para ele do que qualquer outra coisa no mundo (Salmo 73.25,28). Davi disse que “agradável comunhão” ou “compartilhar o coração” era o que desejava de um amigo (Salmo 55.14).

O discípulo que alcançou maior intimidade com Yeshua foi João, que reclinou sobre o peito de Jesus durante o último Seder (a ceia da Páscoa) e que foi conhecido como “o discípulo a quem Yeshua amava” (João 13.23). Ele escreveu estas palavras: “Porque o próprio Pai vos ama…” (João 16.27).

Se o próprio Pai me ama, então não há barreira, distância, rejeição. Não há separação alguma. Intimidade total, no nível máximo, é o que está sendo oferecido a nós. A tradução literal de Deuteronômio 4.4 é davek, aqueles que “se apegaram, que se grudaram a Deus como cola” (algumas versões traduzem “que permanecestes fiéis”). Não dá para ficar mais próximo a alguém do que cola.

O pecado quebra essa intimidade. Jeremias descreveu o processo como se fosse um cinto que ficou imundo (Jeremias 13.1-11). Estávamos tão próximos a Deus quanto uma roupa íntima, mas depois ficamos imundos, contaminados. Pecado é como um marido ou esposa que trai a intimidade sexual do casamento por meio do adultério (Oseias 1.2; 3.1). Pecado é a traição da intimidade.

A intimidade permite que os pensamentos secretos da nossa alma sejam divididos com outra pessoa. Deus permite que seus pensamentos mais profundos sejam divididos conosco pelo Espírito Santo (1 Coríntios 2.10-12). O Espírito Santo sabe o que se passa no íntimo de Deus e o compartilha conosco. Intimidade é isto: o interior de uma pessoa tocando o interior de outra. Se abrirmos nosso coração completamente a Deus, ele permitirá que conheçamos o seu coração também (1 Coríntios 8.3).

Intimidade requer vulnerabilidade. Se abrirmos as áreas mais sensíveis do nosso coração a outra pessoa, provavelmente sairemos machucados. Portanto, vulnerabilidade envolve dor; essa dor é o preço da intimidade. Podemos ser “feridos na casa dos nossos amigos” (Zacarias 13.6).

É por isso que intimidade depende de confiança. Não podemos aproximar-nos de Deus se não tivermos confiança nele (Hebreus 11.6). Precisamos de fé para confiar em alguém. Se quisermos que outros confiem em nós, devemos provar que somos dignos de confiança. A fidelidade de Deus a nós capacita-nos a ter fé nele. Fidelidade gera fé nos outros.

Yeshua realizou isso por nós na cruz. Ele se tornou vulnerável a fim de abrir o caminho para intimidade com o Pai. Nós o ferimos. Yeshua pagou o preço para comprar intimidade conosco. Ele foi despido, açoitado e humilhado por nossa causa. Esse foi o sacrifício de amor. O amor suporta a dor da vulnerabilidade a fim de pagar o preço pela intimidade.

Devemos tomar nossa cruz diariamente (Lucas 9.23) para andar junto com ele. Meditamos nas Escrituras para compreender seus pensamentos (Isaías 55.8-11). Oramos no Espírito Santo para receber revelação e conhecê-lo pessoalmente (Efésios 1.17). Humilhamos a nós mesmos a fim de ficar mais próximos a ele (Mateus 11.25-29). Obedecemos a ele, mesmo se nos custar a morte, a fim de conhecê-lo e ficar semelhantes a ele (Filipenses 3.10).

A última e mais importante oração de Yeshua era para que nos tornássemos “um” (João 17.11,21-23). Foi mais do que uma oração em favor de união e cooperação. Foi em favor de unidade divina. Yeshua orou para que estivéssemos dentro dele e o Pai dentro de nós, assim como ele e o Pai estão, cada um, dentro do outro. Ele nos convidou a experimentar essa mesma intimidade perfeita.

Unidade íntima com Deus é a experiência mais sublime e transformadora do universo. Glorifica e purifica-nos (João 17.5,10,17,24). Ela proporciona prazer máximo (Salmo 16.11). É o propósito para o qual fomos criados.

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