Megamente: quando se vive as demandas dos outros
Luciano Motta "O que aconteceria se o vilão derrotasse o herói?" É com base nessa premissa que boa parte do longa de animação Megamente se sustenta. Surpreende o espectador no modo original como focaliza a questão, valendo-se do trio clássico das narrativas - o herói, o vilão e a mocinha. Dois bebês extraterrestres são enviados à Terra por seus pais para escaparem da morte certa em seus planetas de origem. Tanto Megamente quanto Metroman - nomes que adotam ao chegarem aqui - são personagens deslocados; nitidamente não pertencem a este mundo. A criatura azulada assume um lugar de preconceito, de incompreensão, apesar de sua extraordinária inteligência. O outro, de biotipo mais apropriado aos ditames estético-culturais humanos, logo torna-se um queridinho da sociedade, destacado ainda mais por seus superpoderes, apesar da visível arrogância. Tornam-se grandes antagonistas. Travam constantes embates ao longo de suas vidas desencaixadas, como que movidos pelas demandas de seus d...